O Brasil é ‘o’ país da bioeconomia, pois pode navegar por todo o escopo e oportunidades que ela oferece, seja no campo da agropecuária, no da farmacêutica ou no de restauração e manejo florestal, entre outros, afirmou Roberto S. Waack durante uma conversa on-line sobre o tema no programa “Bate-papo com Roberto Rodrigues”. Rodrigues é coordenador da FGV Agro, o Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas.
“A bioeconomia bem feita – e o Brasil é o país com melhores condições para isso – não só gera produtos, como commodities, como gera serviços ambientais muito relevantes para o regime hídrico e a discussão sobre carbono”, afirmou Roberto.
Dentro desse tema, ele falou ainda da relevância de se construir uma política de longo prazo para investimentos e pesquisa e desenvolvimento nessa área.
A Amazônia, cujo potencial para atividades relacionadas à bioeconomia é foco de atenção mundial, também foi tema da conversa entre os dois especialistas. “É bom que finalmente haja gente falando muito da Amazônia. Mas isso também traz desafios. Um deles é a heterogeneidade de conhecimento e a fragmentação de agendas. Há agendas com foco em grupos indígenas, em desmatamento, em questões fundiárias. Esses grupos têm conversado pouco, por exemplo, com o mundo empresarial – da mineração, do óleo e gás, da pecuária, da infraestrutura. Esse diálogo precisa ser fortalecido”, afirmou, lembrando que entidades como a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia são algumas vozes que buscam construir esse diálogo.
Outras prioridades para o desenvolvimento da bioeconomia incluem o combate à ilegalidade e soluções para questões fundiárias, bem como a promoção da inclusão social, principalmente daqueles que são informais e que sofrem mais com a confusão da convivência com a ilegalidade.
[Foto: Willian Justen de Vasconcellos/Unsplash]