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Raoni Rajão: os desafios de conciliar restauração ambiental, conservação e produção

por | 19/10/2018 | Desastres, Sustentabilidade

Nos últimos 15 anos, vem crescendo uma linha de pesquisa que alia inteligência territorial, modelagem de paisagem e ciências sociais para promover a restauração florestal. Com isso, pesquisadores trazem uma nova abordagem à questão, que possibilita fazer a análise da ocupação do território como um todo para sugerir soluções que aliem conservação e produção. Raoni Rajão, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é referência na área e conversa com Roberto sobre essa visão sistêmica da bacia do Rio Doce, neste episódio da série Diálogos: No Caminho da Reparação.

Para Raoni, é preciso entender o que aconteceu na região nos últimos 200 anos. A bacia era bem conservada até o fim do século 19, mas foi sendo degradada com a exploração madeireira intensa e a pecuária desordenada. Em 2015, quando houve o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a economia rural encontrava-se decadente. “Existe um problema muito mais amplo do que voltar a [como era tudo em] 2015. Há um déficit de melhores gestão e práticas que são de décadas. O desafio se torna maior”, explica.

Ele lembra também que a recuperação e restauração ocorre em termos de décadas, e é preciso cautela para, por exemplo, plantar no lugar certo, para que se possa colher os frutos esperados dentro de alguns anos. Raoni falou ainda da capacidade que a ciência tem de beneficiar a sociedade, mas que deve haver um diálogo com ela para que os resultados esperados aconteçam.

A série Diálogos: No Caminho da Reparação foi produzida pela Fundação Renova, entidade criada para promover a reparação e recuperação da bacia do Rio Doce, atingida pelo rompimento da barragem de rejeitos em Mariana. Roberto foi diretor presidente da entidade. Assista aos vídeos aqui.

 

ROBERTO S. WAACK

É membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plásticos, WWF Brasil, Instituto Ethos, Instituto Ipê e Instituto Arapyaú e visiting fellow do Hoffman Center da Chatham House (Londres). Tem uma longa carreira como executivo e como empreendedor, tendo atuado em empresas nas áreas farmacêutica, de biotecnologia e florestas. Foi CEO da Fundação Renova, entidade responsável pela reparação do desastre de Mariana (MG), co-fundador e CEO da Amata S.A. e CEO da Orsa Florestal, além de diretor da Boehringer Ingelheim e Vallée. S.A. É cofundador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Atuação profissional com concentração em governança, planejamento e gestão estratégica, gestão tecnológica&inovação e sustentabilidade. Formado em biologia e mestre em administração de empresas pela USP.

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