Como o conceito de ESG (environmental, social e corporate governance) impacta a atuação dos conselhos de administração no Brasil foi tema de um painel organizado pelo escritório norte-americano de advocacia Miller & Chevalier, no dia 21 de dezembro de 2021. O debate, intitulado “Is ESG a Revolution Which Changes How Boards Operate?” (O ESG é uma revolução que transforma a forma como os conselhos funcionam?, em tradução livre), teve a participação de Roberto Waack como membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plasticos, Synergia e Instituto Arapyaú (deste último, Roberto é presidente do Conselho).
Também participaram Francisco Petros, ex-membro de conselho da Petrobras e da BRF, e Heloisa Belotti Bediks, membro dos conselhos do BNDES e da Mapfre.
Os painelistas foram convidados a responder à pergunta se ESG é uma revolução que requer novas habilidades e perfis de conselheiros ou se é uma variação do que os conselheiros têm feito desde sempre em seu papel de supervisionar uma empresa.
Francisco Petros afirmou que o ESG é importante devido à urgência da situação em que o mundo se encontra hoje, como usar recursos de forma mais moderada. Para ele, se o ESG não corresponder a resultados, é apenas um cliché.
Para Heloisa Bediks, a forma como o mundo parou diante da pandemia de Covid-19 fez com que se prestasse mais atenção a temas sociais. Além disso, os consumidores mudaram a forma como se relacionam com as empresas e demandam saber mais sobre o que estão consumindo. As empresas precisam debater ESG constantemente, afirmou.
Roberto Waack destacou que as questões relacionadas a ESG podem até não ser novas, mas que finalmente estão sendo levadas a sério pelas empresas e mercados; podem ser até vistas como clichê, mas são importantes. “ESG só vai funcionar se estiver realmente incorporado ao dia a dia das empresas”, afirmou. Nesse cenário, Roberto disse que as métricas para o ESG, em especial para o que é representado pelo “E” e pelo “S”, ainda não estão bem definidas. As empresas têm dificuldade em traduzir esses dois aspectos em valores, pois nem tudo é tangível ou monetizável, o que ainda traz “uma grande dificuldade para empresas e conselhos”. E afirmou, ainda, que essas duas letras – o “E” e o “S” – estão agora sendo mais integrados uma à outra.
[Foto: Javier Quesada/Unsplash]