Na “Live do Valor”, do jornal Valor Econômico, realizado no dia 2 de março de 2022, Roberto Waack foi entrevistado pela jornalista Daniela Chiaretti para falar sobre o desafio de se encontrar um caminho para o desenvolvimento da Amazônia. A região passa por um período de estagnação e concentra os piores índices sociais do país, além de a violência ter se tornado um problema crônico. O tema da live foi “Amazônia: ou se desmata ou se desenvolve?”
Roberto afirmou que o próprio conceito de desenvolvimento precisa ser discutido quando se fala em Amazônia, de forma a incluir a conservação do bioma e o bem-estar das populações que vivem nela. As populações indígenas, negras e de imigrantes devem ter participação ativa na construção desse modelo de desenvolvimento, assim como as grandes empresas, que são protagonistas nas transformações que ocorrem na região.
“Essa discussão pode gerar novas regras de jogo, novas instituições. O que acontece na Amazônia, o como esse mundo é regido, precisa ser repensado, e isso pede novos modelos de governança”, destacou.
Segundo Roberto, um elemento importante nesse cenário e debate é a cultura, como um fator que une e mobiliza a sociedade.
Todas essas questões são debatidas na iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, da qual Roberto é um dos fundadores. Um dos papeis da Concertação, afirmou ele, “é facilitar o acesso ao conteúdo e à informação, para que a sociedade esteja mais bem informada sobre os potenciais da região, desafios e necessidades de ações para promover bem-estar e desenvolvimento”.
A live também abordou o tema da bioeconomia, que, na opinião da Concertação, pode incluir diversas atividades – o que importa é como elas são praticadas, conciliando o binômio conservar e produzir. Commodities, por exemplo, precisam ser produzidos de maneira que não gerem impacto negativo no contexto ambiental e social.
Combater a exploração da madeira ilegal e promover a rastreabilidade de toda uma cadeia de produção foram outros desafios abordados durante a live, assim como as soluções possíveis para eles. “Existem ferramentas para saber o que acontece na cadeia de produção”, indicou Roberto, que disse que é preciso tomar cuidado para que cadeias livre de desmatamento e totalmente rastreadas não sejam um processo de exclusão, mas que incluam soluções para ajudar aqueles que precisam se adequar, com o apoio de assistência técnica e políticas públicas, por exemplo.
Pagamentos por serviços ambientais, como estabelecer valor para serviços que não são monetizáveis e o debate em torno de créditos de carbono de qualidade foram outros assuntos debatidos no evento.
Assista à live abaixo. O Valor Econômico também publicou uma matéria destacando os principais pontos da conversa.