Em artigo publicado no Estadão, em 30 de dezembro de 2024, Roberto Waack e Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente e Sênior Fellow do Instituto Arapyaú, analisam como as crises do clima e da natureza viraram tema de debate nas mais altas instâncias de governança de empresas, bem como os instrumentos criados para lidar com esses desafios.
O ano de 2024 foi emblemático para a agenda das mudanças climáticas, afirmam os autores. Cenas dramáticas ocorreram em todo o mundo, decorrentes de secas, tormentas e furacões. As sinalizações da natureza de que há uma crise estão cada vez mais evidentes, com impactos diretos nas produções de commodities alimentares e energéticas e na economia.
Porém, diante desses desafios, o cenário político tem se mostrado frustrante, com falta de lideranças para agir contra as crises do clima e da biodiversidade.
Já o campo empresarial mostra vigor e avanços importantes. Os autores destacam que “as empresas sabem, melhor que governos, que terão de lidar com um novo contexto relacionado aos recursos naturais e às mudanças climáticas”. Esse reconhecimento tem criado ações de contenção de riscos e, também, oportunidades e novos modelos de negócio.
“Estratégias de mitigação, como ações voltadas para lidar com externalidades negativas (redução de emissões, rastreabilidade, redução de uso de recursos naturais, gestão energética e outras) se intensificam. Parte da agenda de ESG/Sustentabilidade passa a ser objeto de compliance”, afirmam.
O tema subiu para as mais altas instâncias de governança corporativa, e crescem as discussões em torno da implementação de comitês de sustentabilidade para assessorar conselhos de administração em situações complexas e dinâmicas como a agenda climática.
Com isso, estão acontecendo aprendizados importantes na estruturação desses instrumentos de governança, e os autores comentam como deveria ser a composição desses comitês. Estes devem, ainda, apresentar a matriz de materialidade, ou seja, as externalidades mais relevantes ao conselho e as ações necessárias para lidar com elas, bem como apoiá-lo nos relacionamentos com a sociedade civil crítica aos negócios.
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[Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil]