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Série aborda a relação entre inteligência artificial e meio ambiente

por | 11/02/2025 | Estratégias, Gestão tecnológica e inovação, Mudanças climáticas

Roberto Waack é um dos especialistas convidados para falar sobre a relação entre inteligência artificial (IA), mudanças climáticas e meio ambiente na nova temporada da série “Vale a Pena Perguntar, minidocumentários produzidos pela Fundação FHC.

A série, dividida em três minidocumentários em vídeo, discute como a IA pode ajudar no combate às mudanças climáticas, mas também quais os impactos ambientais negativos que ela provoca e os desafios da regulação ambiental relacionada a essas novas tecnologias.

Além de Roberto, também participaram dessa temporada Dora Kaufman, professora do Programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da Faculdade de Ciências e Tecnologia da PUC-SP,  Glauco Arbix, coordenador da Área de Humanidades do Centro de Inteligência Artificial (USP-Fapesp-IBM), e Patrícia Iglecias, coordenadora do Centro de Pesquisa e Inovação em Clima e Sustentabilidade USP.

O primeiro vídeo da série trata de “Inteligência Artificial e Mudanças Climáticas”. Roberto destaca que a IA e as mudanças do clima têm em comum o fato de serem parte da categoria dos problemas indomáveis. “Quando combinamos todos os desafios das mudanças climáticas, que são indomáveis, e a inteligência artificial, que também tem esse caráter de indomabilidade, de difícil previsão, essa combinação é muito explosiva no ponto de vista de tentar entender o que fazer com tudo isso.”

Um paradoxo é que, ao mesmo tempo que a IA pode contribuir muito com tecnologias verdes, ela também é grande consumidora de água e energia, elementos ligados às questões climáticas e desafios dos recursos naturais.

No segundo vídeo, o tema é “Big Techs e regulação ambiental“. Segundo Patrica Iglesias, as grandes empresas de tecnologia são responsáveis por 2% a 3% das emissões de GEE no mundo. Ao mesmo tempo que elas obtêm grandes lucros, esses impactos negativos acabam sendo compartilhados com toda a sociedade. A questão do uso intenso de água e energia pelos data centers –  alguns estão instalados no Brasil – também precisa ser melhor compreendida.

Essas big techs entraram para valer no mercado de créditos de carbono, e Roberto alerta que a “influência dessas empresas nesse mercado é algo concreto. Quais são os mecanismos e salvaguardas que um país pode ter para equilibrar essas forças?”.

O último episódio, “Regulação Ambiental da Inteligência Artificial”, discute a importância de estabelecer limites e padrões à IA para que se possa usufruir dos seus benefícios. O marco legal para inteligência artificial é discutido no Brasil e em outros países, mas não há muito destaque para impactos ambientais. Deveria haver parâmetros para esses impactos (que são inevitáveis), para que esses não virem danos.

A IA é fundamental para promover um meio ambiente mais equilibrado, e não se pode prescindir dela. As novas tecnologias contribuem para identificar possíveis focos de desmatamento ilegal, para rastrear e dar transparência à cadeia das commodities, por exemplo. Ajudam a mostrar “o potencial do Brasil como grande supridor de alimentos, com essa característica de conciliar produção e conservação”, destaca Roberto. É preciso aprimorar seu uso cada vez mais.

Saiba mais sobre a série  assista aos vídeos aqui.

[Imagem: Neenu Vimalkumar/Unsplash]

 

ROBERTO S. WAACK

É membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plásticos, WWF Brasil, Instituto Ethos, Instituto Ipê e Instituto Arapyaú e visiting fellow do Hoffman Center da Chatham House (Londres). Tem uma longa carreira como executivo e como empreendedor, tendo atuado em empresas nas áreas farmacêutica, de biotecnologia e florestas. Foi CEO da Fundação Renova, entidade responsável pela reparação do desastre de Mariana (MG), co-fundador e CEO da Amata S.A. e CEO da Orsa Florestal, além de diretor da Boehringer Ingelheim e Vallée. S.A. É cofundador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Atuação profissional com concentração em governança, planejamento e gestão estratégica, gestão tecnológica&inovação e sustentabilidade. Formado em biologia e mestre em administração de empresas pela USP.

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