Assim como o romance “As afinidades climáticas”, de Goethe, retrata com imensa sutileza o conflito que surge entre paixão e razão, a atração pelo tema climático, pela Amazônia, pela agenda ESG e pelos recursos naturais, como sói acontecer com paixões, conflita atrozmente com a racionalidade. Em artigo publicado no Estadão em 30 de janeiro, Roberto Waack analisa como esses assuntos, ou personagens, entraram nas casas empresariais, financeiras, governamentais e filantrópicas, e os impactos disso.
Analistas de risco colocam as mudanças climáticas entre as principais ameaças corporativas no curto prazo. Esse é um fato novo indicado no último relatório do Fórum Econômico Mundial. Nesse cenário, emoções conflitantes e ruidosas afloram nas abordagens sobre métricas e monetização de ativos naturais. Seja como for, afirma o autor, o capital natural deverá ter, no futuro, valor econômico maior do que tem hoje.
Roberto avalia que as estratégias empresariais podem ser organizadas em quatro grupos. Um é o trumpista, em que as empresas aderem integralmente à proposta do presidente americano de negacionismo climático. Um segundo grupo reúne empresas, como alguns atores do mercado financeiro e vários do setor de tecnologia digital, que aderem publicamente à narrativa do líder americano, mas mantêm um olhar atento às questões climáticas.
O outro grupo, provavelmente com o maior número de empresas, é formado por aquelas que exercem o chamado green hushing. E, finalmente, há o grupo que leva os riscos ambientais a sério, incluindo seguradoras, que elabora estratégias de adaptação às mudanças climáticas.
Em meio a paixões e racionalizações, as afinidades eleitas nesses tempos obscuros e incertos serão determinantes para a sobrevivência de empresas e sistemas políticos, avalia Roberto.
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[Foto: Pedro Guerreiro/Ag Pará]