Bruno Pimenta é doutor em ciências biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua no monitoramento do impacto em biodiversidade, uma área bastante complexa quando se fala da restauração e recuperação da bacia do Rio Doce, pois as informações chegam de todos os lados e é um desafio reuni-las e organizá-las. É necessário entender como o rejeito afetou o solo, as plantas e os animais ao longo do rio para tomar as medidas cabíveis de reparação. Bruno lidera essa área de monitoramento na Fundação Renova.
Em conversa com Roberto, na série Diálogos: No Caminho da Reparação, Bruno explica que são feitos três tipos de monitoramento na bacia: da fauna e flora terrestre, da fauna e flora do Rio Doce e seus afluentes e também da vida marinha. O trabalho envolve mais de 700 pessoas. “O grande objetivo é entender o que aconteceu, avaliar o impacto e definir o que fazer para que tal impacto seja reduzido ou pare de existir”, diz ele. As repostas serão muitas, porque os impactos foram diferentes.
Um dos desafios é fazer a diferenciação do impacto que já existia antes do rompimento da barragem do Fundão e do que aconteceu depois. O rompimento, explica Bruno, “pode ter potencializado o que já existia ou agido em conjunto com o que já existia”.
O impacto das atividades humanas, como desmatamentos e falta de coleta e tratamento de esgoto, bem como a mudança da ocupação do território após o rompimento da barragem, também são elementos a serem considerados nesse trabalho.
A série Diálogos foi publicada pela Fundação Renova em 2018 e 2019, na época em que Roberto S. Waack era diretor presidente da entidade. Assista a todos os vídeos aqui.