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DEBATE | O impacto do ESG nos conselhos das empresas

por | 19/01/2022 | Estratégias, Governança

Como o conceito de ESG (environmental, social e corporate governance) impacta a atuação dos conselhos de administração no Brasil foi tema de um painel organizado pelo escritório norte-americano de advocacia Miller & Chevalier, no dia 21 de dezembro de 2021. O debate, intitulado “Is ESG a Revolution Which Changes How Boards Operate?” (O ESG é uma revolução que transforma a forma como os conselhos funcionam?, em tradução livre), teve a participação de Roberto Waack como membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plasticos, Synergia e Instituto Arapyaú (deste último, Roberto é presidente do Conselho).

Também participaram Francisco Petros, ex-membro de conselho da Petrobras e da BRF, e Heloisa Belotti Bediks, membro dos conselhos do BNDES e da Mapfre.

Os painelistas foram convidados a responder à pergunta se ESG é uma revolução que requer novas habilidades e perfis de conselheiros ou se é uma variação do que os conselheiros têm feito desde sempre em seu papel de supervisionar uma empresa.

Francisco Petros afirmou que o ESG é importante devido à urgência da situação em que o mundo se encontra hoje, como usar recursos de forma mais moderada. Para ele, se o ESG não corresponder a resultados, é apenas um cliché.

Para Heloisa Bediks, a forma como o mundo parou diante da pandemia de Covid-19 fez com que se prestasse mais atenção a temas sociais. Além disso, os consumidores mudaram a forma como se relacionam com as empresas e demandam saber mais sobre o que estão consumindo. As empresas precisam debater ESG constantemente, afirmou.

Roberto Waack destacou que as questões relacionadas a ESG podem até não ser novas, mas que finalmente estão sendo levadas a sério pelas empresas e mercados; podem ser até vistas como clichê, mas são importantes. “ESG só vai funcionar se estiver realmente incorporado ao dia a dia das empresas”, afirmou. Nesse cenário, Roberto disse que as métricas para o ESG, em especial para o que é representado pelo “E” e pelo “S”, ainda não estão bem definidas. As empresas têm dificuldade em traduzir esses dois aspectos em valores, pois nem tudo é tangível ou monetizável, o que ainda traz “uma grande dificuldade para empresas e conselhos”. E afirmou, ainda, que essas duas letras – o “E” e o “S” – estão agora sendo mais integrados uma à outra.

[Foto: Javier Quesada/Unsplash]

 

ROBERTO S. WAACK

É membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plásticos, WWF Brasil, Instituto Ethos, Instituto Ipê e Instituto Arapyaú e visiting fellow do Hoffman Center da Chatham House (Londres). Tem uma longa carreira como executivo e como empreendedor, tendo atuado em empresas nas áreas farmacêutica, de biotecnologia e florestas. Foi CEO da Fundação Renova, entidade responsável pela reparação do desastre de Mariana (MG), co-fundador e CEO da Amata S.A. e CEO da Orsa Florestal, além de diretor da Boehringer Ingelheim e Vallée. S.A. É cofundador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Atuação profissional com concentração em governança, planejamento e gestão estratégica, gestão tecnológica&inovação e sustentabilidade. Formado em biologia e mestre em administração de empresas pela USP.

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