Em artigo publicado originalmente na Capital Reset, em 10 de junho de 2022, Izabella Teixeira, Roberto Waack e Renata Piazzon, membros da Uma Concertação pela Amazônia, fazem uma reflexão sobre os desdobramentos da agenda ambiental na agenda política mundial desde a realização da primeira conferência mundial sobre meio ambiente, em Estocolmo, há cinco décadas.
“Na relação humana com o meio ambiente não existe futuro individual, nem para pessoas, nem para nações. O nosso futuro é comum. Precisamos compartilhá-lo e desenhá-lo juntos”, disse, à época, o primeiro-ministro da Suécia, Olof Palme, e a frase se desdobrou em conceitos importantes, como o “global commons”.
No entanto, o mundo está mais perto do ponto de irreversibilidade dos danos ambientais, e na Estocolmo +50, as falas mostram que é preciso mudanças radicais, porque não há mais tempo para mudanças incrementais. É preciso sistemas com acordos multilaterais, que devem ser ambientais e também inclusivos, afirmam os autores do artigo. “Todos os países devem ter uma corresponsabilidade para lidar com os bens comuns, dando uma contribuição positiva.”
“Nos trabalhos da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, ressaltamos justamente isso: é preciso ter modelos de desenvolvimento integrados e sistêmicos, com várias abordagens, que incluam saúde, educação, meio ambiente, entre outros, de maneira integrada e organizada”, destacam. A Amazônia tem um papel importante para a segurança climática do mundo, e o Brasil tem a responsabilidade de assegurar isso, afirmam Izabella, Roberto e Renata.
[Foto: Duncan Moore/UNEP/Flickr]