O avanço da inteligência artificial (IA) está provocando transformações que, se de um lado preocupam os mais pessimistas, de outro podem trazer oportunidades importantes que precisam ser aproveitadas.
Duas delas estão na mesa e envolvem a valorização do capital natural brasileiro, explica Roberto Waack, em artigo publicado em O Globo e assinado junto com outros quatro especialistas: a implementação do Código Florestal e o sequenciamento genético digital.
Em um cenário em que apenas 1% dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR) estão validados pelos governos estaduais, a IA pode acelerar esse processo a custos baixos e, assim, contribuir para que os produtores rurais façam sua regularização ambiental e possam, ainda, aproveitar oportunidades econômicas com seus excedentes florestais.
No caso do sistema de digitalização do patrimônio genético da biodiversidade (digital sequencing), tecnologias baseadas em IA podem contribuir para valorizar o capital natural como nunca. Isso, afirmam os autores, “pode alterar o jogo de forças no contexto geopolítico e permitir a repartição de benefícios com as populações locais, que atuam como guardiãs desse patrimônio, mas não são devidamente reconhecidas nem remuneradas por isso”.
Além de Roberto Waack, presidente do Conselho do Instituto Arapyaú, o artigo também é assinado por Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente, Claudio Sassaki, empreendedor em residência na Universidade Stanford, Adnan Demachki, advogado e empreendedor social, Mariano Cenamo, CEO da AMAZ, e Amália Safatle, jornalista.
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