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Como a madeira e a restauração florestal podem contribuir para descarbonizar a construção civil

por | 19/03/2025 | Gestão tecnológica e inovação, Mudanças climáticas, Sustentabilidade

O Brasil apresenta muitas contradições quando se trata de madeira. Embora o país seja dono da maior biodiversidade do planeta, no mundo florestal ele é o principal player devido não às espécies nativas, mas às espécies exóticas.

Outra contradição está no fato de que as casas de campo mais sofisticadas busquem a madeira por sua beleza, funcionalidade e conforto térmico e acústico, mas para grandes obras, o setor de construção civil opta pelo uso de concreto e aço.

Em artigo publicado no Estadão em 14 de março de 2025, Roberto Waack, Marcelo Aflalo e Beatriz Lutz discutem como a madeira e a restauração florestal podem contribuir para descarbonizar a construção civil.

O setor de construção responde globalmente por 37% das emissões relacionadas à energia e 21% das emissões totais. A quantidade de edifícios irá dobrar em todo o mundo até 2050, adicionando até 70 gigatoneladas de carbono na atmosfera, caso os métodos de construção tradicionais continuem a ser usados. Nesse cenário, a madeira cresce como uma alternativa para o setor, para conseguir reduzir a intensidade de carbono que ele emite.

“Diante da emergência das agendas de mitigação e de adaptação à mudança do clima, a madeira entrou no rol dos chamados New Building Materials, embora seu uso na construção remonte a milênios atrás. Resgatar o uso da madeira nas estruturas e grandes elementos de uma obra é um passo importante para fixar grandes volumes do carbono sequestrado pelas árvores”, escrevem.

Para os autores, “os ganhos vão bem além dos climáticos, pois o uso da madeira se atrela a outra agenda extremamente relevante: a da restauração florestal.”

A restauração contribui com outros benefícios, como a valorização fundiária, por sua capacidade de recuperar áreas degradas, por exemplo, e a garantia de serviços ecossistêmicos, como oferta de água limpa e estabilidade do solo.

Por fim, existe a possibilidade de geração de créditos de carbono e de biodiversidade e de implementar agroflorestas, originando produtos como madeira de alto valor agregado, frutas, óleos e castanhas,  que promove a resiliência e as possibilidades de ganhos em múltiplos mercados ao longo do tempo.

Confira o artigo completo aqui.

[Foto: Samueles/Pixabay]

 

ROBERTO S. WAACK

É membro dos conselhos da Marfrig, Wise Plásticos, WWF Brasil, Instituto Ethos, Instituto Ipê e Instituto Arapyaú e visiting fellow do Hoffman Center da Chatham House (Londres). Tem uma longa carreira como executivo e como empreendedor, tendo atuado em empresas nas áreas farmacêutica, de biotecnologia e florestas. Foi CEO da Fundação Renova, entidade responsável pela reparação do desastre de Mariana (MG), co-fundador e CEO da Amata S.A. e CEO da Orsa Florestal, além de diretor da Boehringer Ingelheim e Vallée. S.A. É cofundador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Atuação profissional com concentração em governança, planejamento e gestão estratégica, gestão tecnológica&inovação e sustentabilidade. Formado em biologia e mestre em administração de empresas pela USP.

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