No episódio 24 do podcast Habitability, da plataforma MRV&Co, de 5 de dezembro de 2022, Roberto Waack conversa com Gustavo Pacete sobre o que é bioeconomia e a importância de uma agenda integrada de desenvolvimento, como a que foi proposta pela iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, para que o Brasil realize seu potencial nessa área.
A bioeconomia reúne biodiversidade, emergência climática e capital natural em um mesmo pacote, afirmou Roberto. “A bioeconomia traz um componente fundamental, que é o mundo de produção de baixo carbono ou descarbonizado combinado com capital natural, com a biodiversidade e o potencial que a produção aliada à conservação pode proporcionar para a humanidade.”
A bioeconomia traz oportunidades para o Brasil como a nenhum outro país, mas precisa fazer a “lição de casa”, como acabar com o desmatamento e a ilegalidade associada, melhorar a gestão de recursos hídricos, educação, saneamento básico e tratamento de resíduos. Um componente fundamental é a justiça social. “Não é possível ser um grande produtor de alimentos e conviver com situação de fome”, alerta. Daí a importância de se ter uma agenda integrada de desenvolvimento, como a que é proposta pela iniciativa Uma Concertação pela Amazônia.
Segundo Roberto, que é cofundador da iniciativa, a Concertação foi criada para reunir diferentes atores – governos, empresas, sociedade civil organizada e academia, entre outros – para discutir modelo de desenvolvimento adequado para a Amazônia e outros lugares de alto capital natural. “O modelo vigente coloca o capital natural à margem.”
Ele aponta, ainda, oportunidades econômicas em áreas como restauração florestal, que têm tudo a ver com a bioeconomia, e como esta se conecta com todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Comenta, ainda, a conexão das cidades com essa agenda.
Roberto, que também é presidente do Conselho do Instituto Arapyaú, explicou ainda os propósitos e atuação do instituto. O foco, afirmou, é no desenvolvimento com justiça social, com valoração do capital natural, abordando temas como clima, justiça climática, biodiversidade e democracia. Para isso, o Arapyaú atua na mobilização, principalmente, de redes. “Políticas públicas, ações privadas e da sociedade civil combinadas em grandes redes são o que transforma a sociedade.”
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